Este projeto prevê a capacitação de professores por profissionais do CEMEA, EMATER e SMEC mensalmente. Hoje aconteceu no CEMEA a primeira capacitação.
Os professores receberão informações sobre as Diretrizes Nacionais da Educação Ambiental, trabalharam em grupos de acordo com as potencialidades de cada núcleo escolar, conheceram hortas verticais e o espaço de hortas de permacultura do CEMEA e assistiram a vídeos para a construção da espiral de ervas.
Abaixo seguem os textos que os professores trabalharam:
1. Aproveitando o espaço e o ecossistema
locais para a plantação
Toda a flora local é aproveitada no
sistema de Permacultura, associando árvores, ervas, arbustos e plantas
rasteiras, que não desgastam o soloe se protegem mutuamente. Para o plantio de
verduras, legumes e outras hortaliças na Permacultura é muito comum a
construção de uma horta em formato circular chamado, na maioria das vezes, de
horta mandala. Esse tipo de horta foi criado pelo ambientalista Bill Mollison,
na Austrália, na década de 1970. Ele queria criar outra forma de dispor as
espécies vegetais, que estivesse mais de acordo com o ecossistema.
Com a crescente preocupação
envolvendo a natureza, esse conceito se espalhou entre os agrônomos. Eles
alegam que esse tipo de horta economiza água, trabalha com a diversidade de
plantas, aproveita melhor o espaço, usa apenas fertilizantes orgânicos e poupa
o solo. Além disso, a horta pode ser um meio de complementação da renda
familiar. Pode-se ter um tanque de irrigação no centro (figura ao lado). Por meio
de linhas de drenagem, a água escorre para o meio e é novamente captada para o
sistema. Sendo assim, uma das vantagens da horta mandala em relação aos
canteiros convencionais é a economia de água, pois a irrigação circular acaba
evitando o desperdício de água que ocorre nos canteiros retos. Na agricultura
convencional, água que, muitas vezes, gera erosão ao escorrer pelos sistemas
convencionais, na horta mandala é captada e aproveitada.
A mistura de espécies tem um papel
fundamental. Quanto maior a diversidade, maior o equilíbrio ambiental e menor o
índice de pragas e a necessidade de intervenção. Para isso, é necessário
observar o que dá e o que não dá na região. Há plantas companheiras e outras
que não se toleram. A rotatividade de plantas contribui para a saúde do solo,
pois cada espécie precisa mais de um determinado nutriente. Se plantarmos
sempre a mesma coisa, logo o solo vai ficar sem este nutriente. Mas se
alternamos o plantio das espécies, ele permanece rico em todos os nutrientes no
decorrer do tempo. Isso se chama rotação de culturas que consiste em alternar,
anualmente, espécies vegetais, numa mesma área agrícola. As vantagens da
rotação de culturas são inúmeras. Além de proporcionar a produção diversificada
de alimentos e outros produtos agrícolas, se adotada e conduzida de modo
adequado e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as
características físicas, químicas e biológicas do solo; auxilia no controle de
plantas daninhas, doenças e pragas; repõe matéria orgânica e protege o solo da
ação dos agentes climáticos.
A horta mandala prevê ainda a
inclusão de animais. Se for construído um tanque de água no centro, é possível
introduzir peixes e galinhas em cercados ao redor. Dos animais, utiliza-se o
esterco como fertilizante. E o ciclo de sustentabilidade continua seu caminho.
Projeto: Permacultura na Escola – Parte I
Você pode fazer uma horta na sua escola ou em sua casa
seguindo alguns dos princípios da mandala. Para isso, siga os passos abaixo:
1. Para escolher o local da construção da horta, pesquise
sobre a influência da luz solar na plantação, verifique também se, no espaço
escolhido, há fonte de água disponível.
2. Escolhido o local, prepare o terreno deixando-o sem
entulhos.
3. Prepare o solo com compostos orgânicos ou esterco animal
curtido.
4. Trace com um barbante o raio de sua mandala - o tamanho
depende da área disponível na sua escola. Tanques no centro são utilizados em
hortas maiores, com raio acima de 20 metros (neste caso, o tanque pode ter 6
metros de raio). Em áreas menores utilize no centro uma espiral de ervas com temperos.
A idéia é que sejam degraus. A espécie que precisa de mais água deve estar na
parte mais baixa. Comece com alecrim, manjericão, melissa e hortelã. Alecrim na
parte alta, pois precisa de menos água.
5. Em volta da espiral, crie um canteiro (1 metro de largura)
circular de alface intercalado com cenoura e outra faixa de rabanete. Deixe
espaço entre a espiral e o canteiro para circulação. O ideal é que a cada 80
centímetros de canteiro exista uma
passagem. Renove a combinação de plantas com salsa e cebolinha, por exemplo. A
rotatividade é para não esgotar os nutrientes.
Espiral de ervas: uma
opção de plantio para pouco espaço
As espirais de ervas podem se adequar perfeitamente às nossas
necessidades. Elas podem ser exclusivamente de plantas medicinais, assim como
de plantas aromáticas e condimentares. As espirais também podem ser de flores e
forrações ou uma mistura de suas plantas preferidas, sejam elas medicinais,
aromáticas, comestíveis ou flores delicadas e coloridas.
Elas propiciam a criação de diversos microclimas em um
pequeno espaço, para o cultivo de plantas com necessidades diversas. No alto da
espiral geralmente temos um ambiente mais seco e ensolarado, próprio para
alecrim, lavanda, babosa, entre outras plantas adaptadas a essas condições. No
percurso curvo até a base, podemos ter cantinhos sombreados e mais úmidos, para
plantas mais exigentes como tomate, moranguinho, malva, cebolinha, salsa, etc.
Na base, que pode terminar ao nível do solo ou até mesmo em um laguinho,
podemos plantar espécies apreciadoras de umidade, como manjericão, tomilho.
As espirais podem ser de qualquer tamanho e são perfeitas
para espaços pequenos.
Material disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br/aveonline40/banco_objetos_crv/%7B414C64B1-020E-4D49-B64D-2CF3969E3E08%7D_Permacultura.pdf
2. O texto sobre HORTAS VERTICAIS está disponível neste link.
3. O texto sobre HORTAS COMUNITÁRIAS está disponível aqui